segunda-feira, dezembro 18, 2006

Vão-se os anéis, ficam os dedos

Toda Fortaleza agora
me atrai,
me distrai
e me repele,
ao mesmo tempo.

Ainda falta meia hora pro ônibus se decidir
se vai ou não.

O garçon ainda me perguntou
"qual o refrigerante?"
e eu pedi que ele escolhesse por mim.

Quem me conhece veria de longe
quantas minhoquitas
me habitam nesse instante.

E..
vem cá,
o que é um instante?
(não gramaticalmente falando)
Quantas perdas cabem num dele?
E em dois,
quantos danos?

Às vezes o bom é nem esperar pra ver o avião subir.
(ainda não aprendi a desapegar)

mas..

vão-se os corpos, fica o cheiro.

Um cheiro que distância nenhuma cicatriza.
Renato já dizia que "O sândalo perfuma o machado que o fere"
Ele era sensível demais,
demais!
E toda vez se corta.
Criou-me Clarisse com 14 anos,
mas eu já tenho 21!
Se estivesse aqui agora
eu perguntaria o que mudou.
Ainda bem que não está.

ficou a moeda também,
veja só:
de número cinco.

como em high fidelity:

1 - Desire do Bob Dylan
2 - sorvete de casquinha de R$1,50
3 - a arquitetura das palavras (e das cores também, por que têm conexão)
4 - O Lucky e a risada da Su
5 - passar o natal no céu, que paradoxalmente é bem perto do mar.