sexta-feira, fevereiro 03, 2006

arquiteta das palavras

Ontem choveu. Fim da tarde. O céu - uma perfeita pintura surreal a óleo de um artista apaixonado.
Apaixonante.
E veio um vento, lá de fora, como se me convidasse, como se puxasse minhas mãos..
E eu, no trabalho.
A liberdade ali a poucos metros de mim, e uma vontade quase rasgante no peito de correr, ter novamente 12 anos, ou 15, ou mesmo 20 e poder correr na chuva.
A única preocupação: cuidar da gripe depois. Se ela viesse. Mesmo assim, uma doença pra reanimar o organismo, pra que não caia no tédio também.
Nada dessas doenças sem cura. Dessa sujeira.
Coisa limpa, simples, água!
Mas..
- Tá molhando tudo, fecha essa janela.
(Dá tempo então de um suspiro, pelo menos?)
..
Ok, então. Vamos ser racionais.
Juntam-se os papéis que voaram.
Fecham-se as janelas.
Não importa se virou démodé falar de prisão..
Agora mais que nunca elas parecem grades.
E que metáfora! Que ironia.. este pedaço grosso de madeira na minha cara..
na minha cara.
Eu, que queria tanto, que sonhava/sonho tanto, que aprendi a tocar o ar..
E esse pedaço de concreto.

E ainda perguntam por que desisti da engenharia!

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